Aqui há uns tempos tropecei numa pequena obra de arte (não oficial) digna de vir aqui mencionada. Tratava-se de uma espécie de escultura/composição em que se via um vidro (a simular uma montra) com a palavra “Porsche” escrita. De um lado foi colocado um carrinho 911 vermelho. Do outro uma figura a olhar o 911. O problema é que a figura não era a de uma criança como seria de esperar. Aquela criança que representa o sonho de tantos e tantos miúdos em vir a ter um dia um Porsche. Não, não era uma criança que aparecia representada. Era um palhaço. Um palhaço pobre e triste, com uma trouxa às costas. E esta imagem deixou-me profundamente perturbado. É que nós, os egocêntricos afortunados, muitas vezes esquecemos a existência dos nossos semelhantes. Principalmente aqueles que nada têm. O que me incomodou no palhaço não foi o facto de ele nunca vir a ter um Porsche. O que me incomodou foi o facto de ele se sentir palhaço por reconhecer que nunca irá lograr conseguir alcançar esse objectivo. Ao olhar para este insignificante objecto, recordei a mim mesmo que também tenho que vestir a minha fantasia de palhaço. E depois, partir o vidro da montra, abraçar o ser humano que está triste a olhar do outro lado. E levá-lo comigo numa viagem sem fim no pequeno 911 vermelho.
Foto:
2 comentários:
Já escrevi isto noutro lado... mas tem muito que ver com esta imagem.
Assim, vou relatar um caso comovente que envolve a Porsche:
Por razões que não vêm ao caso, eu só levantei o 911 Turbo um mês depois de ele chegar.
O Centro Porsche Lisboa aproveitou a situação, e bem, para o pôr em exposição, ainda eram as instalações na Estefânia.
Uma vez que me desloquei a Lisboa, num Domingo, não resisti em passar pela "montra" e olhar aquela obra de arte. Foi então que se passou um caso curioso!
Estando eu e minha mulher a comtemplar aquele "deus" como se de uma figura mitológica se tratasse, chegou por ali um miúdo de 5/6 anos com o pai, e ficaram a olhar, comentando o miudo "Que grande bomba pai" ao que pai respondeu com aceno de cabeça, e eventualmente um sim igualmente embevecido.
O que eles não sabiam, nem imaginaram, é que o dono do carro estava mesmo ali...
Ainda hoje me arrependo de não ter dito isso ao miúdo, e levá-lo a dar uma volta assim que tirasse o carro do Stand. Podia ser uma das poucas oportunidadesda vida dele, ou quem sabe, vir a ter muitos Porsche, o que desejo profundamente.
É uma das poucas coisas que me arrependo na vida, não me ter identificado àquele miúdo... Imaginem o sonho que eu lhe ia realizar para recordar o resto da sua vida...
P.S.: Nesta miniatura quer me parecer que o boneco não representa um palhaço, mas alguém com dificuldades (com a trouxa às costas)
"911 Clown" Lesson
For those who cannot afford this Porsche lifestyle, are they supposed to look at this `opulence' and be happy for them because they cannot live like this?
Life should have more meaning than a custom-made Porsche. There is nothing wrong with having money, and enjoying it. However, some of these people live to the point of ridiculous excess.
"911 CLOWN" lesson............
That is chock full of exercises to help unleash new definitions of toys and pose the question, what do toys really mean to our future? Dare to examine the meaning behind toys. Is there enormous potential in toys? A timely question to ponder in light of today .......do they transform the future? Toys just may hold the key to help us create a better world. Are toys really models of the future as the manufacturer suggests? Might new toys possess properties to help transform the future?
Toys may suggest and just hold the key to help us create a better world to live in.
If you want happiness for a lifetime – help someone else.
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